26 de setembro- Dia Mundial da Prevenção da Gravidez na Adolescência 2008
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:: Filho é para quem pode ::
Por Mônica Montone
Filho é para quem pode!
Eu, não posso! Apesar de ser biologicamente saudável.
Não posso porque desconheço o poço sem fundo das minhas vontades, porque às vezes sou meio dona da verdade e porque não acredito que um filho há de me resgatar daquilo que não entendo ou aceito em mim.
Acredito que a convivência é um exercício que nos eleva e nos torna melhores, mas, esperar que um filho reflita a imagem que sonhamos ter é no mínimo crueldade.
Não há garantias de amor eterno e o olhar de um filho não é um vestido de seda azul ou um terno com corte ideal. Gerar um fruto com o único intuito de ser perfumada por ele no futuro é praticamente assinar uma sentença de sal.
Filhos não são pílulas contra a monotonia, pílulas da salvação de uma vida vazia e sem sentido, pílula “trago seu marido de volta em 9 meses”.
Penso que antes de cogitar a hipótese de engravidar, toda mulher deveria se perguntar: eu sou capaz de aceitar que apesar de dar a luz a um ser ele não será um pedaço de mim e portanto não deverá ser igual a mim? Eu sou capaz de me fazer feliz sem que alguém esteja ao meu lado? Eu sou capaz de abrir mão de determinadas coisas em minha vida sem depois cobrar? Eu sou capaz de dizer “não”? Eu quero, mesmo, ter um filho, ou simplesmente aprendi que é para isso que nascemos: para constituir uma família?
Muitas das pessoas que conheço estão neurotizadas por conta de suas relações com as mães. Em geral, são mães carentes que exigem afeto e demonstração de amor integral para se sentirem bem e, quando não recebem, martirizam os filhos com chantagens, críticas e cobranças.
As mães podem ser um céu de brigadeiro ou um inferno de sal. Elas podem adoçar a vida dos filhos ou transformar essas vidas numa batalha diária cheia de lágrimas, culpas e opressões.
Eu, por exemplo, não consigo ser um céu de brigadeiro nem para mim mesma, quiçá para uma pessoinha que vai me tirar o juízo madrugadas adentro e, honestamente, acho injusto colocar uma criança no mundo já com essa missão no lombo: fazer a mamãe crescer.
Dar a luz a um bebê é fácil, difícil é ser mãe da própria vida e iluminar as próprias escuridões.
Mônica Montone também é autora do livro Mulher de Minutos.
>>> crônica publicada originalmente aqui em 11 de Maio de 2007, anteriormente ao Jornal "O Globo"
A minha opinião? Ter filhos é opção e não destino.
Na hora do sexo, meninas e meninos, antes de entregarem pra Deus, pensem que este ser gerado terá necessidades, não somente econômicas, mas principalmente emocionais e isso não pode ser entregue à natureza - é de responsabilidade das partes envolvidas no processo.
Filho não supre carências e não é a salvação para problemas conjugais. Álias, se olhado por este ângulo, pode ser um dos fatores que mais geram conflitos entre casais, mesmo entre os "resolvidos".
Qual a sua opinião sobre a opção da mulher por não ter filhos ou melhor, sobre a maternidade consciente?
Convido os integrantes do blogue e site "Desabafo de Mãe" a entrarem nesta discussão.
Lembrando que Mônica é também parte integrante do Show "Os Sábados do Domingos", um cabaré filosófico, apresentado aos sábados, às 21h, no Canequinho Café [anexo do Canecão].
Beijus,
Luma
quarta-feira, 10 de setembro de 2008
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