Atritos em relacionamento podem afetar psicologicamente o feto.
Estudo feito por psiquiatras britânicos foi apresentado em conferência
Um homem cuja mulher está grávida possui um papel mais importante no estágio inicial do desenvolvimento da criança do que se imagina. Sua influência começa a partir do momento da concepção.
Longe de ser apenas um espectador durante a gravidez, o pai, em sua relação com a parceira e em qualquer estresse decorrente dessa relação, pode ter influência sobre o desenvolvimento mental do feto.
"O parceiro possui um papel importante a desempenhar quando se trata de saber como a criança evoluirá durante a gravidez", disse Vivette Glover, do Imperial College London.
"Descobrimos que isso (o estresse) afeta tanto o desenvolvimento mental quanto o desenvolvimento emocional do bebê", afirmou a pesquisadora.
Glover, uma especialista no desenvolvimento fetal que apresentou o resultado de seu estudo em um encontro do Royal College of Psychiatrists, em Londres, avaliou o impacto do estresse materno durante a gravidez.
A forma como uma criança se desenvolverá depende de seus genes e da educação, mas Glover descobriu que o período de desenvolvimento ainda dentro do útero também é um elemento importante.
Ela entrevistou 123 mulheres e avaliou o desenvolvimento dos filhos delas aos 18 meses de idade.
"Foram identificados dois tipos de estresse. Um é o estresse resultante da ansiedade e de um histórico de transtornos mentais. Mas o outro é o estresse decorrente da relação com o parceiro", afirmou.
Pesquisas anteriores já mostraram que uma criança pode estar mais propensa a desenvolver problemas comportamentais, ansiedade e distúrbios cognitivos e emocionais se a mãe passar por períodos de estresse quando estiver grávida.
Estudos com animais também descobriram que o estresse materno pode provocar alterações de longo prazo no desenvolvimento neurológico de suas crias.
Quando Glover realizou testes a respeito do desenvolvimento mental das crianças, ela descobriu diferenças entre os bebês cujas mães relataram ter ficado estressadas e as mães que não deram declarações do tipo.
"O desenvolvimento mental deles era um pouco mais lento e eles apresentaram sinais de medo e ansiedade", afirmou.
Apesar de não se saber exatamente como o estresse materno afeta o bebê em formação, acredita-se que haja uma ligação entre os níveis anormalmente altos, no sangue da mãe, do hormônio cortisol, que indica estresse, e o líquido amniótico.
Pesquisas recentes descobriram haver uma ligação entre os níveis de cortisol no líquido amniótico e a taxa de desenvolvimento mental das crianças. Quanto mais alto o nível de cortisol, menor o índice de desenvolvimento mental.
Glover ressaltou que nem todos os bebês tinham sido afetados pelo estresse materno. Mas aconselhou as mulheres grávidas que se sentem estressadas a procurarem um médico, a conversarem com alguém sobre o problema ou a tentarem relaxar.
"Não sabemos exatamente o que pode funcionar. Mas é muito provável que essas coisas ajudem", disse.
"A maior parte das crianças acaba saindo-se bem. O estresse apenas aumenta os riscos, e os efeitos dele dependem, em primeiro lugar, de uma vulnerabilidade genética. Algumas crianças podem ter mais propensão para serem ansiosas", acrescentou.
quarta-feira, 16 de abril de 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
Concordo com a reportagem, buscar manter o equilíbrio fará muito bem a mãe e ao bebê. Se tiver algum problema é importante buscar desabafar com alguém.
Postar um comentário